Não tropeçamos em montanhas

Não tropeçamos em montanhas

NÃO TROPEÇAMOS EM MONTANHAS!

Diante de uma montanha imponente, muitos de nós sentimos o coração acelerar, a respiração mudar. Visualizamos o poder e o desafio que ela desperta dentro de nós.

O mesmo acontece ao enfrentarmos uma grande adversidade. Parece que um instinto de superação surge—como se, ao olharmos para o topo, fôssemos inspirados a seguir em frente, a escalar cada metro com determinação.

Mas, na verdade, não tropeçamos na montanha. São as pequenas pedras que nos fazem vacilar. Os pequenos problemas do dia a dia, os obstáculos sutis, são os que desgastam, minam nossa energia e nos desequilibram.

Essas pedras, aparentemente insignificantes, muitas vezes têm o poder de nos desviar do caminho, enquanto a grande montanha nos convida a uma jornada de superação.

É preciso lembrar da máxima: a viagem é mais importante que a chegada. Ficamos tão focados na conquista que esquecemos o que fizemos para conquistá-la.

Perdemos inúmeras vezes o equilíbrio durante a caminhada e não caímos. E quando caímos, nos levantamos e seguimos. Por que, então, não damos valor às pequenas vitórias, já que são elas que constroem a jornada? Por que carregamos mais os aborrecimentos e tristezas do que as conquistas?

Vidas pessoais e profissionais poderiam ser menos estressantes e gerar menos problemas—muitos dos quais poderiam ser evitados!

MAS POR QUE ISSO ACONTECE?

Aqui estão algumas razões principais:

  1. Falta de Preparação Psicológica

Quando enfrentamos um grande desafio, nosso cérebro entra em estado de alerta. Sabemos que estamos prestes a encarar algo significativo e, instintivamente, nos preparamos para isso. Mobilizamos energia, força e resiliência, nos concentramos e armamos nossas defesas emocionais.

Já com os pequenos problemas, tendemos a subestimá-los. Achamos que não merecem tanto esforço e, assim, nos pegam desprevenidos, abalando nosso estado de espírito.

  1. Acúmulo de Pequenos Estresses

Isoladamente, pequenos problemas parecem insignificantes. Mas, quando se acumulam, criam uma carga emocional invisível que nos sobrecarrega.

Um prazo perdido aqui, uma pequena discussão ali, uma falha técnica… Esses pequenos incômodos se somam e, sem perceber, o desgaste se torna maior do que imaginamos. Quando finalmente notamos, já estamos exaustos, o que pode nos levar a explodir em situações de pouca importância.

  1. Falta de Reconhecimento e Validação

Grandes problemas geralmente vêm acompanhados da expectativa de apoio e reconhecimento. As pessoas ao nosso redor tendem a oferecer incentivo, admiração e solidariedade diante de desafios significativos.

No entanto, com os pequenos desafios, isso não acontece. Acabamos nos sentindo sós e, às vezes, até abandonados.

Além disso, a cobrança pessoal pesa! Pequenas falhas, que deveriam incomodar menos, acabam gerando autocrítica excessiva: “Como pude errar em algo tão simples?”

  1. A Ilusão do Controle

Grandes desafios nos lembram de que o controle é uma ilusão, o que nos força a aceitar a situação e focar na solução.

Já os pequenos problemas nos passam a falsa sensação de que deveríamos resolvê-los com facilidade. Quando isso não acontece, a frustração toma conta.

  1. Falta de Tempo

Grandes desafios exigem reflexão e planejamento. Precisamos parar, repensar estratégias e buscar soluções.

Os pequenos problemas, por serem frequentes, nem sempre nos dão tempo para parar e refletir. Eles se acumulam e, quando percebemos, estamos mental e emocionalmente esgotados, sem tempo para reabastecer nossas energias.

COMO REVERTER ESSE QUADRO?

  • Não subestime os pequenos estresses. Eles podem parecer inofensivos, mas acumulados geram desgaste. Reserve um tempo para resolvê-los antes que se tornem um peso maior.
  • Pratique a resiliência no dia a dia. Isso fortalecerá sua capacidade de lidar com desafios de qualquer tamanho.
  • Aceite que nem tudo está sob controle. Seja gentil consigo mesmo. Entenda que, mesmo os pequenos problemas, podem sair do seu controle—e está tudo bem.

Um bom exemplo vem do mundo corporativo. Profissionais de todas as áreas são cobrados por resultados rápidos e de alta qualidade. Com isso, vão “correndo atrás”, acreditando que podem suportar pequenas pressões. Mas essas pressões se acumulam.

Nunca houve tantos casos de burnout nas empresas como agora. A baixa tolerância a erros (o que inibe a criatividade e a inovação), a cultura de microgestão e a obsessão por vencer a qualquer custo formam um cenário perigoso.

As novas gerações estão questionando esse modelo de trabalho e o preço que ele cobra, o que é positivo. No entanto, sem equilíbrio, há o risco de criar profissionais desmotivados ou alienados.

O EQUILÍBRIO CONTINUA SENDO A RESPOSTA

A vida está repleta de grandes montanhas e pequenas pedras. Se os grandes desafios nos revelam nossa força interior, são os pequenos que testam nossa paciência e resiliência diariamente.

Aprender a lidar com eles com atenção e cuidado é essencial para manter o equilíbrio emocional e evitar que pequenos tropeços se transformem em grandes quedas.

Tire um tempo para pensar sobre isso. Você pode tirar muitas pedras do seu caminho!

 

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