E AGORA?
Tudo começou com a transição da gestão presencial para a remota durante a pandemia. Os adeptos do contato pessoal e das conversas nas pausas para o café reclamaram bastante do novo formato de “home office”. Quando o retorno ao trabalho no escritório começou, uma nova modalidade ganhou espaço: a híbrida, que combina alguns dias dentro da empresa e outros fora. Um novo processo de adaptação teve início, desta vez em relação a essa grande tendência para o futuro do trabalho.
1. Quais são os novos desafios dessa liderança híbrida? Para responder a essa pergunta, é preciso combinar as exigências dos três cenários:
Cenário presencial: Os colaboradores têm rotinas e horários mais definidos, sofrem menos interrupções, e a comunicação é muito mais próxima. As decisões são tomadas “cara a cara”. Posicionamentos ficam mais claros e os sentimentos são mais fáceis de perceber.
Cenário remoto: Nesse contexto, é mais difícil estabelecer horários; há mais interrupções e perde-se muita da proximidade e conexão entre as pessoas. A comunicação à distância pode gerar mais ruídos, e os posicionamentos tornam-se mais padronizados, com mensagens mais curtas, o que dificulta as conexões.
Cenário híbrido: Não é simplesmente a combinação desses dois cenários, mas a experiência temporária e separada das características de cada formato. Assim, é preciso criar novos processos e procedimentos que atendam a ambas as situações, preservando as peculiaridades de cada uma.
2. O grande desafio é o alinhamento!
Para que os resultados coletivos apareçam, é necessário alinhar a comunicação e as relações dos dois primeiros cenários. Todos os envolvidos precisam sentir que estão sendo tratados da mesma forma e que os esforços são equivalentes dentro e fora das paredes da empresa.
Como fazer isso acontecer? Alguns comportamentos produzem excelentes resultados, tais como:
– “Arrume a casa” antes de começar a trabalhar – O primeiro passo é planejar-se e ajudar a sua equipa a fazer o mesmo. Essa é a única forma de garantir eficiência e eficácia constantes. Considere as limitações de espaço e tempo, as agendas pessoais e incentive a troca de experiências – desde o trânsito para o escritório dos que estão fora até as demandas de atenção de quem trabalha em casa com a família.
– Compartilhe decisões – Sua equipa precisa participar das decisões sobre como compor a agenda, organizar os trabalhos, definir os apoios necessários e escolher o tipo de tecnologia a ser usada. Isso constrói comprometimento.
– Estabeleça critérios claros – Construa os critérios para tomar decisões e avaliar entregas dentro do conceito SMART, onde cada critério deve ser:
S (Specific – Específico)
M (Measurable – Mensurável)
A (Attainable – Alcançável)
R (Relevant – Relevante)
T (Timely – Temporal)
Para a defesa convincente de posições e soluções – Aplique a “tabela de ganhos e perdas”:
- O que se ganha adotando essa posição/solução.
2. O que se perde adotando essa posição/solução.
3. O que se ganha não adotando essa posição/solução.
4. O que se perde não adotando essa posição/solução.
- Monitore o andamento de cada tarefa/projeto – Estabeleça um protocolo específico para que a sua equipa informe sobre o andamento dos trabalhos. Considere “follow-ups” e “feedbacks”, mas cuidado! Não se torne um “líder helicóptero”, que fica sobrevoando a equipa o tempo todo, impedindo o trabalho autônomo.
- Disponibilize vários tipos de contato – Pode ser por mensagem de texto, e-mail ou videoconferência. O importante é alinhar com todos os envolvidos como e quando esses meios devem ser usados.
- Respeite os agendamentos – Recorra a mensagens instantâneas apenas em casos de urgência. A disciplina da liderança serve de modelo para os membros da equipa.
3. Mantenha o equilíbrio e a inteligência emocional!
As lideranças precisam equilibrar demandas de horários, locais e tipos diversos de problemas, gerados pela separação física dos membros da equipa. Elas próprias precisam lidar com a nova rotina (ou a falta dela). É necessário planejar, organizar e ter uma mentalidade aberta a mudanças e flexibilidade! Não exagere nas horas de trabalho e procure manter horários semelhantes aos do presencial para evitar sobrecargas. Uma sugestão é administrar o tempo com a técnica “Pomodoro”, que propõe uma pausa de 5 minutos a cada 25 minutos de trabalho e uma pausa de 30 minutos a cada 2 horas. Esta técnica está disponível em formato de app.
MENSAGEM FINAL: A IMPORTÂNCIA DE UM PROPÓSITO
O mais importante para alcançar metas é ter clareza sobre o propósito delas. Não importa se a equipa estiver separada fisicamente; todos precisam estar unidos na busca do mesmo objetivo.
Muitas equipas sabem o que fazer, mas não entendem por que o fazem. Quando a liderança garante essa clareza, promove motivação, engajamento e senso de pertencimento. Isso faz toda a diferença!